A capital colombiana reúne muita cultura e história, além de boa gastronomia e arte, o que torna essa grande cidade um local muito interessante! Aliás, não só Bogotá, mas a Colômbia inteira tem muitos lugares que valem a visita, como Cartagena, San Andrés e Providencia, Medellin, o Parque Tayrona, dentre muitos outros!
Com mais de 8 milhões de habitantes, Bogotá é uma daquelas grandes capitais cheias de opções de lazer. A maioria dos visitantes passa entre 2 e 4 dias na cidade, geralmente a caminho de outro destino colombiano.
Para visitar a Colômbia é necessário somente o RG (com menos de 10 anos da expedição) e a carteira de vacinação internacional com vacina contra a febre amarela (vem sendo pedida desde 2017). Com 2640 metros de altitude, algumas pessoas chegam a sentir a altitude. Outra curiosidade é que Bogotá é uma daquelas cidades em que se faz as 4 estações do ano num dia, ou seja, faz frio, calor e chuva num dia só. Então prepare-se com um casaco e uma capa de chuva ou guarda-chuva.
Onde se hospedar?
Geralmente as pessoas se hospedam na região da Candelária ou na Zona T. A Candelária é interessante por estar perto da maioria dos atrativos culturais e históricos da cidade. Já a Zona T é onde está grande parte da vida noturna de Bogotá. Eu me hospedei na Candelária, no geral achei a região segura, por estar bem policiada, mas como em toda grande capital, é necessário estar sempre atento às suas coisas e ser precavido. À noite havia muitos bares e muitos estudantes nas ruas festejando, pois o bairro abriga várias universidades da região (mas é bom não andar onde estiver muito isolado).
A Candelária traz aquela linda arquitetura colonial hiper preservada com as montanhas do Monserrate ao fundo, além de muitos grafites bem elaborados (inclusive existe um tour só para ver os grafites). É bem legal simplesmente passear pelas ruas admirando a arquitetura e entrando em algum café para fazer uma pausa.
Como eu ia passar pouco tempo na cidade, troquei meu dinheiro para pesos colombianos pouco a pouco, conforme precisava, em pequenas casas de câmbio lá pela Candelária mesmo.
Quando cheguei ao aeroporto, usei Uber para chegar à minha hospedagem e não ficou muito caro. Após deixar as coisas no hostel na Candelária, meu primeiro passeio foi visitar o Museu del Oro (o site mostra horários e preços atualizados, mas ele funciona de terça à domingo, e aos domingos a entrada é gratuita). Em um enorme acervo, ele abriga diversas peças de ouro históricas, portanto, prepare-se para passar algumas horas por lá.
Em seguida, dei uma volta pela imponente Plaza de Bolívar e segui para outro museu bem diferente, o Museu Botero (veja no site os dias e horários de funcionamento, ele fecha às terças). Esse museu abriga mais de 100 obras do artista Fernando Botero, com suas famosas pinturas e esculturas rechonchudas (inclusive a interessantíssima Mona Lisa em sua versão). Seu estilo ficou tão conhecido que foi até chamado de “boterismo”. Há uma visita guiada gratuita com duração de 1 hora que vale bem à pena.
Outras paradas interessantes são o Centro Cultural Gabriel Garcia Marques, que abriga exposições temporárias, e a Casa de la Moneda. Voltando para o hostel, já no fim do dia, ainda passei pelo Chorro de Quevedo, uma pequena pracinha onde havia vários bares descolados e música ao vivo. Foi nessa praça que a cidade de Bogotá começou.
Como se deslocar pela cidade ou fazer bate-volta?
Para me deslocar para outros bairros de Bogotá e também para chegar ao terminal intermunicipal, utilizei o sistema de ônibus Transmilênio (para quem conhece o transporte em Curitiba, é semelhante). São terminais de ônibus feitos de vidro, em que você precisa comprar um cartão na entrada para depois recarregar e utilizar à vontade. Esses ônibus circulam em faixas exclusivas.
Achei esse sistema de transporte deles hiper eficiente! No início é complicado de entender, pois na maioria das vezes você precisará fazer algumas baldeações para chegar onde quer. Fora isso, algumas das linhas funcionam o dia todo, outras só na parte da manhã, outras só no fim da tarde, e assim por diante. E algumas linhas param em certas estações, e outras passam direto por outras. Deu um nó na minha cabeça!
Porém, eu juro que no segundo dia tudo já fazia sentido. No site oficial da Transmilenio há mapas dessa rede de transporte, bem como os valores das tarifas atualizados. Na Candelária, eu estava próxima à estação Las Aguas, por exemplo, e precisava chegar ao Portal del Norte, que é de onde saem os ônibus intermunicipais.
O que funcionou para mim? O bom e velho Google Maps, naquela aba que mostra quais opções de ônibus pegar. Antes de sair de minha hospedagem dei uma print em quais linhas pegar e quais baldeações deveria fazer e deu certinho!
Em meu segundo dia fiz um passeio não tão tradicional: um bate-volta à cidade de Guatavita, para visitar a Laguna de Guatavita. Daria para fazer esse passeio, e outros, com agência de viagens local, mas eu queria fazer da maneira mais barata e independente. Daria também para ir de carro facilmente, mas eu preferi ir de ônibus.
Como mencionei, para ir a outras cidades próximas de Bogotá você sempre terá de ir ao terminal Portal del Norte. Para garantir, fui bem cedinho, e chegando lá procurei um ônibus escrito Guatavita. O trajeto demora cerca de 1,5 hora, e a laguna está a 57 km de Bogotá, após a localidade de Sesquilé, mas uns 16 km antes da cidade de Guatavita em si.
Eu tinha ouvido dizer que havia um ônibus que fazia o trecho da cidade de Guatavita até a laguna. Porém, no caminho, o cobrador do ônibus me informou que esse transporte funcionava apenas aos finais de semana. Então eu precisaria pegar um táxi até a laguna. Por sorte, havia mais 3 pessoas no ônibus querendo visitar o local, e combinamos de dividir esse táxi. Para facilitar, pedimos ao cobrador algum contato de taxista local, e combinamos de ele nos encontrar na entrada da estradinha que sobe para a laguna, saltando do ônibus nesse ponto na estrada.
Daria para ir a pé, mas são 7 km de estrada de terra de subida nesse trecho da rodovia até a laguna. O taxista nos levaria por esses 7 km, esperaria nosso tour e depois nos deixaria na cidade de Guatavita, para conhecermos e pegarmos nosso ônibus de volta para Bogotá no fim do dia. Ele nos cobrou mais ou menos 80 reais para isso.
Ao chegar na Laguna de Guatavita (site e Facebook) é preciso comprar o ingresso de entrada no parque (eu paguei COP $12.500,00 – pesos colombianos – no ingresso quando fui). Além da entrada, esse ingresso inclui o guia obrigatório para o passeio. A Laguna de Guatavita funciona de terça à domingo das 08h30 às 16h00. No site há os horários de funcionamento do parque e os valores atualizados.
Além da bela paisagem, a Laguna de Guatavita é importantíssima do ponto de vista histórico e cultural. Isso porque uma das lendas de El Dorado se originou nessa região. Acredita-se que o povo Chibcha, da etnia Muisca, no período pré-colombiano, antes da chegada dos espanhóis, realizava um ritual em que seu cacique ia de barco até o centro da lagoa. Ele se cobria de ouro e entrava na lagoa, além dele e da população atirarem diversas peças de ouro nela, como uma forma de oferenda.
Uma das peças encontradas, inclusive, está no Museu del Oro, uma jangada que simboliza a lenda de El Dorado. Quando ocorreu a colonização espanhola, os espanhóis tentaram ao máximo escavar e drenar essa lagoa para retirar todo o ouro.
Felizmente, hoje o local é uma reserva. Não se sabe como a laguna se originou, mas, apesar de parecer, o local não é um vulcão. Uma das possibilidades é que um meteoro tenha criado o formato da laguna sagrada, e sua água vem inteiramente da chuva. Hoje estima-se que ela tenha cerca de 30 metros de profundidade.
O passeio guiado dura mais ou menos 1,5 hora, e não é possível chegar às margens da lagoa, somente vê-la do mirante. O guia muisca explica sobre a lenda e curiosidades de seu povo, é bem interessante.
Após o passeio seguimos para a cidade de Guatavita, para almoçar e admirar sua arquitetura colonial, e pegar o ônibus seguinte de volta para Bogotá.
No dia seguinte, meu terceiro dia, peguei o mesmo caminho com o Transmilenio para o terminal Portal del Norte, de lá, pegando dessa vez um ônibus com destino a cidade de Zipaquirá, a pouco mais de 40 km. O objetivo era visitar a famosa Catedral de Sal. Assim como o outro passeio do dia anterior, eu poderia ir com agência de passeios, mas resolvi ir da forma mais simples e barata, com ônibus de linha, o que é bem tranquilo. Ao descer do ônibus, você pode caminhar 20 minutos ou pegar um trenzinho que sobe até a entrada da mina. Algumas pessoas vão de trem, mas é mais caro e as opções de horário são mais limitadas (veja no site).
O ingresso não é barato, mas confesso que a Catedral de Sal superou minhas expectativas! A visitação ocorre todos os dias das 9h às 18h, e as tarifas atualizadas então no site (no momento da escrita deste texto, o valor é de COP $48.450), onde é vendido o ingresso com 15% de desconto (mas você pode comprar na hora tranquilamente sem o desconto por COP $55.000). Esse ingresso inclui a entrada, um show de luzes, um vídeo 3-D e o espelho d’água.
O local ainda é uma mina de sal ativa, e o guia explica a história durante o trajeto. A catedral foi construída de forma a explorar as partes não ativas da mina. Conforme se caminha pela mina, é possível admirar a incrível iluminação feita em diversas cruzes, é bem bonito. Depois, chega-se ao salão principal, que tem a iluminação muito bem explorada, tornando o local grandioso! O lugar é quase um labirinto.
Havia uma trilha de mineiros, um trecho mais apertado da mina, mas era um passeio a parte, precisando pagar mais por isso, e portanto não fui. Em seguida assisti o incrível show de luzes de LED projetadas no teto, com projeções seguindo alguns ritmos musicais, achei bem diferente! Já a parte do espelho d’água também me deixou intrigada, pois no início vi um pedaço da mina que me parecia só um buraco vazio. Mas depois, percebi que, na verdade, estava cheio de água, formando um reflexo perfeito das partes da mina, achei bem bonito. Depois assisti um vídeo que mostrava a formação da mina, que explica sobre a parte geológica. Veja abaixo um pedaço de um vídeo do show de luzes:
A Catedral é Sal é uma das atrações mais visitadas na Colômbia, achei realmente um passeio diferente e que vale a pena fazer. Depois passeei pela cidade de Zipaquirá antes de voltar a Bogotá. Ela é bem pequena, com lindas casas em estilo colonial, com duas grandes praças com igrejas, vale a pena dar uma volta por lá e almoçar, pois achei o almoço muito bom e barato.
Em meu último dia em Bogotá fui visitar uma atração também próxima ao bairro da Candelária, o Cerro Monserrate. Ele fica a 3.200 m acima do mar. No alto do Cerro está a Basílica Santuario del Señor Caído de Monserrate. No site há os horários de funcionamento.
O Monserrate funciona como local de peregrinação, como parque e como mirante de Bogotá, e no alto há uma feira de artesanato. A entrada é gratuita, e você pode subir de três maneiras: a pé, que é gratuito, de teleférico e de trem funicular (veja no site do santuário os preços e horários). Eu subi a pé, e gostei muito da caminhada, que leva cerca de 1 hora. Dizem que de semana não é bom subir, pois geralmente está vazio, e pode ser mais perigoso em relação a assaltos. Porém, de fim de semana é bem cheio e, portanto, seguro. O mirante é muito bonito, mas os restaurantes lá em cima são caros, então, leve água e lanchinho.
Um dos passeios que não fiz foi visitar a feira de artesanato de Usaquén, que acontece aos domingos, dizem que é bem legal. Fora isso existem alguns tours de bike (Bogota Bike Tours e Biking Bogota). Também não fui às baladas da Zona T, nem a seus restaurantes e shoppings. Não deu tempo de fazer um bate-volta a Villa de Leyva, outra cidade colonial, porém mais distante. Não visitei o Museu da Esmeralda.
Porém, algo que gosto muito na Colômbia é a Crepes y Waffles. Em contrapartida, não visitei o famoso café Juan Valdez.
Bogotá é um daqueles lugares que é uma explosão cultural só, misturando história, bons museus, boa gastronomia e excelentes passeios, uma capital que vale a pena conhecer!
Para finalizar, veja um pouco da música de um artista de rua, achei incrível: