Em minha primeira visita ao Espírito Santo resolvi fugir do roteiro mais tradicional de praias e ir para a região das montanhas. E não me arrependi, pois há muitas belezas naturais no interior capixaba.
Programei um final de semana e, para otimizar meu tempo, aluguei um carro e fiz o roteiro 2 em 1 que passarei neste relato: Alfredo Chaves e Domingos Martins.
Alfredo Chaves está a cerca de 90 km de Vitória, contando com mais ou menos 1h30 de percurso. Já Domingos Martins fica a 53 km da capital do estado (pouco mais de 1h de percurso de carro). E entre Domingos Martins e Alfredo Chaves temos 40 km (calcule 1h entre as cidades).
Essa região do Espírito Santo recebeu colonização portuguesa e, posteriormente, vieram muitos imigrantes italianos. Isso significa que você pode esperar uma boa gastronomia local. Algumas pessoas aproveitam para visitar Venda Nova do Imigrante, a 30 km de Pedra Azul, onde há algumas festas de imigrantes, além da tradicional Festa da Polenta. É uma boa região para agroturismo e comprar queijo, café, vinho e outros produtos. Um exemplo é a fazenda Carnielli, a Laticínio Orolatte e a Cervejaria Altezza. Fique por dentro da programação de festas gastronômicas dessa cidade neste site.
Meu roteiro
Dia 1: Alfredo Chaves
Iniciei minha visita por Alfredo Chaves, mais precisamente no distrito de Matilde. Alfredo Chaves é composto de vários distritos, como Matilde, Carolina, São Roque de Maravilha, Ibitirui, Crubixá, Sagrada Família.
Uma curiosidade é que a prefeitura fez uma votação on-line e, para incentivar o turismo, criou as “7 maravilhas de Alfredo Chaves”: (1) São Roque de Maravilha, (2) cachoeira Engenheiro Reeve, em Matilde, (3) cachoeira Vovó Lúcia, em Ibitirui, (4) Igreja de Sagrada Família, em Sagrada Família, (5) Estação Ferroviária de Mathilde, (6) rampa de voo livre, em Cachoeira Alta, (7) Cachoeira do Quintino, em São Joaquim de Crubixá.
Segui direto para a cachoeira Engenheiro Reeve, também conhecida como cachoeira de Matilde. O local é bem sinalizado e é bem fácil encontrá-lo. Logo no acesso para a cachoeira está o Mirante Vale Santa Maria Madalena, um ótimo ponto para fotos.
O caminho à cachoeira de Matilde é bem tranquilo, feito de ladrilhos e com corrimão. Em alguns poucos minutos se alcança o mirante para a cachoeira. A queda tem cerca de 60 a 70 metros. Existem agências que operam rapel nessa cachoeira, mas quando visitei pareceu estar com água demais para essa prática, já que havia chovido em dias anteriores.
Depois fui para outro ponto bem conhecido em Alfredo Chaves, não muito longe dali: a Estação Ferroviária de Mathilde. Inaugurada em 1910, há uma lanchonete e artesanatos no local.
O mais interessante, porém, é que seguindo pelos trilhos, por mais ou menos 800 metros de distância, está outro atrativo bem popular na região: o túnel encantado ou túnel dos escravos. Esse túnel foi feito na época da construção da ferrovia para desviar o rio por baixo dos trilhos, formando uma escadaria de 65 degraus.
O túnel forma uma espécie de corredeira descendo por seus degraus e acabou virando um conhecido ponto para fotos. Se você for aventureiro, pode descer toda a escadaria do túnel (65 degraus), alcançando o outro lado dele. Atenção: é imprescindível levar uma lanterna e estar calçando um bom tênis, pois o túnel é completamente escuro e os degraus são bem altos e escorregadios. No entanto, se você curte uma aventura essa descida é um prato cheio!
Saindo do local segui para meu último ponto de visitação do dia: a cachoeira Vovó Lúcia. Localizada no distrito de Ibitirui, para acessá-la é preciso sair da rodovia e dirigir uns 6 km em estrada de terra. Chegando ao local, o acesso é fácil, após descer uma escadaria está a primeira queda e uma lanchonete. Descendo um pouco mais está a segunda queda, que achei bem mais bonita.
Nesse primeiro dia fiz esses 3 atrativos:
– Cachoeira Engenheiro Reeve
– Estação de Trem de Mathilde/Túnel Encantado
– Cachoeira Vovó Lúcia
Isso porque meu plano foi passar apenas um dia em Alfredo Chaves e outro em Domingos Martins. Porém, se você estiver por um fim de semana inteiro na cidade há outros atrativos que não visitei: Cachoeira Darós e Pinón (Carolina), cachoeira Iracema, cachoeira Iraceminha (Parque Municipal Iracema), cachoeira Maravilha (São Roque de Maravilha), cachoeiras Neuza, Santa Maria (Ibitirui), cachoeira do Quintino, cachoeira Paganini (São João de Crubixá), Pedra do Gururu (trilha com duração média de 1h30 a 2h), entre outros.
No fim do dia segui para dormir em Domingos Martins.
Dia 2: Domingos Martins (Parque Estadual da Pedra Azul)
Em meu segundo dia acordei bem cedo, pois me informaram que a trilha para as piscinas naturais no Parque Estadual da Pedra Azul tem um limite de visitação de 150 pessoas por dia, e é necessário chegar cedo para conseguir uma vaga. Por isso me programei para chegar às 7h. O parque funciona de terça a domingo das 8h às 17h, com último horário de subida para as piscinas às 14h30. Chegando 7h estava bem tranquilo de vagas, mas já tinha um grupo com umas 10 pessoas esperando para entrar. Por isso, repasso a recomendação que recebi, programe-se para chegar umas 7h.
Hospedagem: A entrada do parque na verdade fica no distrito de Pedra Azul, e se a Pedra Azul é seu principal interesse, talvez seja melhor se hospedar nesse distrito. Eu acabei dormindo em Domingos Martins mesmo, mas fica a 50 km do parque. Outra boa opção é se hospedar em Venda Nova do Imigrante, que fica a 15 km da entrada do parque, muito mais perto que Domingos Martins em si.
A entrada no Parque Estadual da Pedra Azul é gratuita, e a trilha é autoguiada. Recomendo visitar o local no verão, pois no inverno, além de as piscinas poderem estar secas, a água é realmente gelada.
O Parque Estadual da Pedra Azul foi criado em 1991. A principal trilha é a que leva às piscinas naturais, porém existem outras, como a trilha da pedra do Lagarto, as rotas de escalada, a trilha que leva ao mirante etc. A Pedra Azul tem 1822 metros, unida à Pedra do Lagarto, uma curiosa formação que lembra um lagarto.
A trilha que leva às piscinas naturais tem 1,2 km de extensão e duas possibilidades de caminho: uma que inclui um trecho um pouco íngreme feito com cordas e outra mais simples, que contorna a pedra. Considere umas 3 horas para a atividade completa. São 9 piscinas naturais.
Quando entrei no parque fui informada de que, por conta de chuvas em dias anteriores, um monitor teria de checar se era viável ou não subir. Em caso de chuva eles fecham o acesso, pois há trechos da trilha que passam em rochas que podem ser escorregadias caso estejam molhadas, trazendo risco aos visitantes.
Enquanto o monitor subia para fazer essa checagem, outro funcionário do parque começou a distribuir as senhas de horário para cada grupo. Assim, as piscinas não ficam cheias demais de gente e todos conseguem aproveitar.
Felizmente o monitor que subiu voltou com a boa notícia de que a trilha estava segura para irmos às piscinas!
Achei a trilha de nível médio para fácil, e se você tem experiência em trilhas vai achar ela fácil. As piscinas naturais são realmente muito geladas, mas a vista é bonita, é realmente um lugar curioso.
Depois de retornar à base do parque, fomos procurar um local para almoçar na famosa Rota do Lagarto, uma rota gastronômica de 7 km com diversos restaurantes. Pelo que pesquisei o inverno é a alta temporada gastronômica na região, por isso parece que alguns estabelecimentos podem fechar certas épocas do ano, ou só abrem nos fins de semana.
Na Rota do Lagarto as pessoas indicam diversos restaurantes, como Restaurante Don Due, Marietta Delicatessen e Tuia Gastronomia e Arte, por exemplo. Porém, como sou uma viajante econômica, achei tudo muito caro e acabei achando uma indicação de um lugar bom e barato já saindo da Rota do Lagarto. O Grão da Terra Café e Restaurante ofereceu uma comida bem caseira, de forno à lenha, numa média de gasto de 20 a 30 reais, além de eu ter sido muito bem atendida.
Depois do almoço fui até a casa do turista na entrada da rodovia para o Parque Estadual da Pedra Azul, onde há o clássico letreiro Eu amo Pedra Azul. E de lá segui para a última parada antes de retornar para o aeroporto de Vitória, a Pousada Pedra Azul Eco Resort. Esse local é um bom ponto de paradas, pois há um maravilhoso lago que reflete a Pedra Azul, rendendo fotos excelentes! Mesmo sem se hospedar lá é possível visitar o local consumindo algo no restaurante deles. Pode ser algo mínimo com um café ou uma água, mas é preciso haver alguma consumação para poder entrar e desfrutar da paisagem refletida.
Achei essa região do Espírito Santo muito bonita e com certeza voltarei para curtir mais a gastronomia local e aproveitar as cachoeiras e piscinas naturais.
Fantástico!!! Parabéns!
Muito obrigada! 😀
lugar sensacional e muito belo.
cada foto mais linda que a outra.
O lugar é incrível, impossível sair foto feia 😀
Ah, obrigada por visitar meu site e volte sempre!
Estou me programando para uma viagem ao Espírito Santo e amei suas dicas.
Obrigada por compartilhar duas experiências.
Lindas fotos!
De nada, obrigada por visitar meu site e volte sempre!