Um dia recebi uma propaganda em meu e-mail sobre o Jalapão. Foi o suficiente para despertar minha curiosidade sobre esse lugar perfeito para quem ama ecoturismo! Quando finalmente marquei a viagem as pessoas diziam: “O quê!? Você vai para o Japão?”. “Não, é Jalapão! rs”. Essa região fica no Tocantins, e pegando um voo para Palmas você pode conhecer essa maravilha!
As atrações a serem visitadas no Jalapão são bem distantes umas das outras (a região toda tem 34 mil km2), e muitas vezes o percurso é por terrenos arenosos e sem sinalização, difíceis de serem alcançados com carros de passeio. Por isso, se você não estiver com um veículo 4×4, a melhor maneira de conhecer o local é contratando os serviços de uma agência de passeios da região. Eu fiz meu passeio com a Livre Expedições e recomendo, mas há diversas agências para pesquisar, algumas até com a opção de rafting.
A “porta de entrada” do Jalapão é Ponte Alta do Tocantins, a 190 km de Palmas, e outras cidades que passará serão Novo Acordo, São Félix do Tocantins e Mateiros, cada uma com 100 a 200 km entre elas. Recomendo 4 dias de visita para conhecer lugares bem variados, e cada dia irá dormir em uma cidade diferente. Essas agências de Palmas se encarregam de todas as reservas de hospedagem, transporte, guia e alimentação.
Como o passeio ao Jalapão começa bem cedo no primeiro dia, é preciso estar em Palmas um dia antes. Por isso, caso chegue durante o dia, recomendo muito visitar alguns atrativos na cidade. Ela tem a segunda maior praça do mundo, e assim como em Brasília, também tem obras de Oscar Niemeyer. Outra semelhança com Brasília é que há um lago artificial e os visitantes podem aproveitar as “praias”, como a do Prata e a da Graciosa, com direito a cadeiras e quiosques (e uma rede de proteção bem monitorada dentro da água que segura animais que possam oferecer risco aos banhistas). O por do sol é imperdível, o sol se põe no “mar”! Para chegar, peguei moto táxi no ponto perto da praça e combinei com ele um horário de retorno.
Agora vamos ao Jalapão! A melhor época para visitar é entre maio e setembro, pois é o período mais seco do ano. No primeiro dia passei por Ponte Alta e a primeira atração visitada foi o cânion de Sussuapara. É uma fenda por onde se caminha por um riozinho tranquilo e chega-se a uma pequena cascata no final. É bem tranquilo e ótimo para refrescar. Outra atração que visitamos no dia foi a linda cachoeira do Soninho, que tem um enorme fluxo de água, mas com áreas próprias para banho. No fim da tarde, a atração foi ver o belíssimo por do sol na Pedra Furada, é indispensável! Nesse dia já deu para ver a que o Jalapão veio!
No segundo dia visitamos outra linda cachoeira com muito volume d’água, a cachoeira da Velha. Logo abaixo dela, fomos na prainha do Rio Novo, lugar delicioso para banhar-se. Depois de muitas sacolejadas pela estrada arenosa, o por do sol do dia foi nas icônicas dunas. Embora seja uma subida íngreme, porém curta, o visual é fantástico e compensa o esforço. Dá para se sentir no deserto, vendo as areias ficarem rosadas conforme o sol desce. Ao fundo observa-se a serra do Espírito Santo e os buritis.
Dormimos em Mateiros e saímos antes do sol nascer. Isso porque há um excelente mirante na serra do Espírito Santo para assistir a esse espetáculo da natureza. Esse passeio é o único que exige um esforço físico maior, pois há uma trilha que, apesar de só ter 500 metros, é bem íngreme. Mais tarde visitamos um dos lugares mais almejados da viagem: a cachoeira do Formiga. As águas de cor esmeralda são exatamente como vemos nas fotos e não se pensa duas vezes antes de entrar. Que lugar!
Depois do almoço fomos a um dos inúmeros fervedouros da região, o fervedouro do Ceiça. Essa é uma atração curiosíssima: é uma nascente de rio, onde a água brota da areia com muita pressão, impedindo que as pessoas afundem (eu tentei afundar e não consegui!). Só podem entrar 6 pessoas por vez, que ficam 20 minutos. Depois passamos no povoado Mumbuca, de origem quilombola. É muito interessante conhecer a cultura dos locais desse e dos diversos povoados que se passa nessa viagem. Uma das coisas que eles fabricam é o famoso artesanato com capim dourado, que resulta numa grande variedade de produtos.
No dia seguinte fomos ao fervedouro do Alecrim, em São Félix, também encantador. Depois passamos pela serra da Catedral, pelo Rio Novo e também pelo morro Vermelho, finalizando a aventura na praia dos Borges. Todas as regiões visitadas são protegidas pelo Parque Estadual do Jalapão e as APAs. Comemos muito bem em todos os lugares visitados, aproveite para conhecer as frutas do cerrado e experimentar o suco de buriti.
Dica bem dada, Sa.
A cestinha de capim dourado que você trouxe para mim é linda e super útil, viu?
Está uma delícia ler seu blog.
É um trabalho incrível o que esse povo faz! Muito obrigada 😀
Conheci o Jalapão ano passado e posso afirmar que foi um dos lugares mais lindos que já conheci. Quero voltar!!!!
Concordo contigo, também é um dos lugares mais lindos que já conheci e também quero voltar! 😀