As razões para conhecer a Islândia são infinitas. As paisagens são tão perfeitas que mais parecem ter saído de algum livro de histórias de seres fantásticos. A cada quilômetro que eu percorria acreditava estar num cenário montado artificialmente, de tão perfeito que era. Cada flor, cada montanha, cada detalhe parecia milimetricamente colocado num paraíso de sonho que se transformava em realidade. Sonho este que me faz até hoje querer voltar e conhecer mais desse fascinante país, a Islândia.
Quando ir?
Cada vez que eu mencionava que iria à Islândia era indagada sobre aurora boreal. E tinha de repetir que estava indo no verão, portanto, nada de aurora, que vai ficar para um futuro espero que próximo.
Por isso, a primeira coisa para se pensar ao visitar a Islândia é em que época ir. Para ver aurora boreal é necessário visitar em um período do ano em que haja bastante horas de noite. Então o inverno seria essa época. Conte com a sorte de ver a aurora entre o fim de setembro até fevereiro mais ou menos. Quanto mais horas de noite, mais chance. Além disso, no inverno você tem a chance de conhecer as incríveis cavernas de gelo no país (Skaftafell Ice Cave). Porém, uma viagem à Islândia no inverno pode impossibilitar alguns trajetos rodoviários, por conta de possíveis neve e tempestades. Inclusive algumas estradas são fechadas entre outubro e maio, principalmente no norte e no leste. Então é possível fazer uma road trip nesse período (nas partes oeste e sul), mas conte com imprevistos.
Eu gosto muito do site Sunrise and Sunset para descobrir horários de nascer e por do sol em diversos países. De acordo com esse site, pode-se observar que no inverno há apenas cerca de 5 horas de luz. Já no verão há o que podemos denominar “sol da meia-noite”. Ou seja, de junho a agosto, possibilidade zero de ver aurora boreal. Porém, excelente para conhecer dezenas de atrativos ao redor da ilha. E mais um fator: alta temporada, o que pode tornar o gasto mais alto.
E se você quiser um meio termo, chance de visitar a ilha toda e chance de ver aurora, que tal uma primavera ou um outono? Mas considere que em setembro as chuvas aumentam, atingindo um pico de outubro a fevereiro.
Conclusão: todas as épocas têm seus prós e contras. É preciso escolher o que você quer ver. Eu viajei em junho, verão, e amei dar a volta completa na ilha. Porém, pretendo voltar no inverno para conhecer a aurora boreal.
Clima
Sobre o clima, o site do Departamento de Meteorologia da Islândia é bem útil. Pelas pesquisas que fiz, nunca é tão frio como imaginamos, mesmo no inverno há temperaturas positivas a maior parte do tempo. Se você está em busca da nossa amiga aurora, nesse site tem uma área especial para isso. Além disso, aconselho que pesquise sobre os diversos aplicativos de caça de aurora boreal para celular.
Como chegar?
O acesso à Islândia é pelo aeroporto de Keflavik, em Reykjavik, que recebe voos de várias cidades da Europa e até dos EUA. Para ir do aeroporto até a cidade você pode utilizar os ônibus da Flybus ou da Airport Express.
Como se locomover?
De ônibus: Para se locomover em Reykjavik você pode usar o ônibus público da Straeto. Além disso, veja neste site todo o transporte de ônibus da Islândia. Neste último site estão os nomes de todas as empresas que fazem transporte entre diversas regiões do país. O site nat.is também é ótimo para verificar horários e trajetos e até comprar alguns trechos. Eu não usei ônibus, mas, aparentemente, é possível sim fazer vários trajetos de ônibus pelo país todo.
De carro: A forma que escolhi foi de carro alugado, que foi um ótimo custo-benefício. Isso contando que dessa maneira não fiquei presa a horários de ônibus e excursões e pude fazer meu próprio roteiro, escolhendo as paradas que mais me interessavam.
Você pode verificar preços de aluguel de carros no site da Rental Cars ou no site local Iceland Car Rental, ou ainda no site da empresa local Sadcars, por exemplo. Essa foi uma boa opção porque encontrei um grupo para viajar comigo e dividir os gastos do aluguel do carro e gasolina. Então, se você está em 3 ou 4 pessoas já vale a pena alugar um carro. Não me exigiram a PID (permissão internacional para dirigir), mas li em alguns sites que existe possibilidade de exigirem, ou ao menos uma tradução juramentada de sua CNH.
Aconselho que coloque a proteção de vidros e pneus, já que muitas estradas podem conter pedrinhas soltas e, dependendo da região da ilha, podem até não ser pavimentadas. Outra dica é que, como em toda road trip, se você ver um posto de gasolina na estrada e estiver com no máximo meio tanque, abasteça, pois pode ser que não haja outro posto próximo (já passei sufoco por causa disso no Grand Canyon, nos EUA).
A estrada principal da Islândia é a rodovia 1, a famosa Ring Road, que dá a volta completa no país, totalizando 1332 km. Nessa rodovia há muitos trechos com pontes que são pista única, e você deve estar bem atento com os carros que vêm no outro sentido, a vez é de quem chegar primeiro. Este site contém informações úteis sobre as estradas do país. As estradas da parte central do país, geralmente marcadas com a letra F, são proibidas para veículos comuns, sendo permitidos somente os 4×4.
O grupo que estava comigo comprou um chip de celular e o usou como GPS nas estradas. Caso não queira comprar chip pode usar o excelente aplicativo de mapas off-line, o Maps.me.
Se você precisar de companhia para dividir os custos, uma alternativa é esta área do site do Couchsurfing, de pessoas procurando parceiros para viajar na Islândia de carro. Outra opção é este site de carona Samferda, onde você pode oferecer ou pegar carona no país. Ou então, no site dos Mochileiros ou Facebooks de mochileiros.
De tour: fora isso, existem muitas agências de passeio que organizam tours por todo o país, e pode ser bem interessante caso esteja sozinho, ou não queira dirigir, ou precise de um tour especial que envolva visitar as incríveis cavernas de gelo, parte interna da ilha ou cavernas formadas por lava vulcânica. Alguns exemplos: Artic Adventures, Gtice, Grayline, Geoiceland, Time Tours, Reykjavik Excursions, Elding, Mountaineers of Iceland, e realmente muuuuitas outras mesmo. Eu anotei essas aleatoriamente, caso vá utilizar alguma aconselho que pesquise várias outras e veja as notas no TripAdvisor.
Os principais tours são o South Coast Tour, o Golden Circle Tour e o tour que combina o glacial Jökulsárlón com o Parque Nacional de Vatnajökull.
De bike: Diferente do convencional, existe também um site do Clube de Mountain Bike da Islândia que dá dicas de como viajar de bike pela Islândia, embora seja preciso muito tempo e disposição para isso. Porém, se você é cicloviajante pode ser ótimo.
Meu roteiro
Eu fiquei 12 dias na Islândia, sendo dois na capital, Reykjavik, e o restante fazendo a Ring Road, a rodovia que circunda o país. Já vi pessoas fazendo a Ring Road em 5 ou 6 dias. Eu particularmente acho pouco, mas isso depende de quais atrativos você quer conhecer e de sua disposição para dirigir. Dá para fazer também só as partes sul e sudeste, sem dar a volta completa (principalmente se for inverno).
Para mim, faltou visitar a parte Noroeste da ilha, que está fora do Ring Road, e a parte central, além das cavernas de gelo (Skaftafell Ice Cave) e de lava, fora inúmeros atrativos, trilhas e cidades que consumiriam mais tempo do que eu tinha. Tem muita coisa para se conhecer na Islândia!
Dia a dia
Dia 1: Reykjavik
Em meu primeiro dia já notei como seriam as “noites” dessa viagem: o sol vai baixando, baixando no horizonte, sumindo… o céu fica extremamente alaranjado, no que seria um lindo por do sol… e PUF! Ele volta a subir e o dia clareia!
Na verdade, cheguei na véspera do que seria o primeiro dia. Troquei dólares e euros por coroas islandesas no aeroporto, pois a cotação não estava ruim. Além disso, o aeroporto é um bom local para se comprar bebidas se te agrada, com preços bem melhores que em vários locais do país. Depois, segui com o ônibus para meu hostel na cidade, o ótimo The Capital-Inn.
Reykjavik é uma cidade muito bonita e bem cuidada, realmente encantadora. As atrações ficam relativamente próximas umas das outras, e no geral dá para fazer tudo a pé. O primeiro atrativo que busquei foi a igreja Hallgrímskirkja. Ela tem uma arquitetura bastante diferente de uma igreja tradicional, pois foi feita para simbolizar um vulcão e os tipos de rochas formados por ele.
Após uma volta pelas ruas da cidade e uma parada em um ótimo café, fui conhecer uma atração bem curiosa, o The Iceland Phallological Museum, o que seria o museu do Pênis, com falos de diversos animais, inclusive de seres mitológicos. É um museu bem curioso!
Depois saí para um passeio pela orla marítima, com uma parada na escultura de Sun Voyager (Sólfar), que lembra um barco viking. Continuando pela orla chega-se ao Harpa, um centro de conferência e teatro para concertos e peças com uma arquitetura também bem diferente. Vendo a programação no site dá até vontade de assistir alguma coisa!
Se você gosta de Walking Tours, reserve o seu pelo site do City Walk. Se você gosta de museus, há muitos em Reykjavik, dentre eles o Museu Nacional da Islândia, que não visitei.
Dia 2: Reykjavik
Tivemos de fazer uma parada estratégica na Iceland Camping Equipment, uma excelente loja de artigos para camping. Eu escolhi a maneira mais econômica de me hospedar na Islândia, ficar nos campings. Todos os campings do país custam entre 10 e 15 euros no máximo, contando a tarifa para banho, geralmente cobrada à parte. Os campings são excelentes, com chuveiros quentes, tomadas, área para cozinhar etc. Além da incrível experiência de acampamento na Islândia. Ressalta-se que é proibido fazer acampamento selvagem na Islândia, pois muitas áreas são particulares, e como você vai saber se o local no meio do nada que você parou pertence a alguma fazenda ou algo assim?
Voltando à Iceland Camping Equipment, no site você pode ver os preços das diárias de equipamentos. Fora isso, eles contam com uma sala de armazenamento de bagagem caso você precise deixar a sua. Parece que até ajudam a alugar um carro pelo site deles. O atendimento é excelente. Pensando em economizar (embora eu tenha pago um caro despacho de bagagem por isso, então teria de refazer os cálculos), eu trouxe de casa minha barraca, isolante, saco de dormir, fogareiro e utensílios de cozinha. No site você pode orçar e até reservar tudo isso, e assim pode calcular se vale mais a pena pagar o despacho de bagagem da companhia aérea que usar para chegar na Islândia ou alugar tudo por lá. Todos os materiais do estabelecimento estão em perfeitas condições para uso. Eu fui a essa loja porque precisava comprar um gás para meu fogareiro para utilizar nos próximos dias.
Em relação à comida, umas poucas vezes eu comi fora. A maioria das vezes, por questões de economia, fiz minha alimentação com itens comprados nas diversas unidades do supermercado Bonus espalhadas pela Islândia. Eu consegui fazer uma viagem relativamente econômica da forma que estou relatando. Se você quiser ter ideia de alguns gastos no país pode verificar na Numbeo, site que relaciona preços diversos de países do mundo todo. Neste site você pode ter ideia de preços de alimentos e da gasolina. Em relação à água, não compre. A água das torneiras da Islândia é perfeitamente potável.
Voltando ao relato, após abastecer meus suprimentos, visitei o Saga Museum, um museu bem interessante sobre a história dos Vikings pelo país.
Em seguida alugamos um carro para um dos passeios mais esperados da região, a Blue Lagoon. É necessário comprar o ingresso antecipado pelo site para esse atrativo, e recomendo NO MÍNIMO 15 dias de antecedência, se puder até bem mais que isso. O ingresso é bem caro, mas gostei demais de conhecer uma das piscinas termais mais famosas do mundo! O lugar é sensacional!
A Blue Lagoon é um spa, uma área construída artificialmente pelo homem, mas a água termal é natural. A temperatura é, em média, de 38ºC, e a água é composta de sílica, algas, enxofre e vários minerais.
No site você pode comprar somente o ingresso, ou então também pagar um transporte para o local, além de vários extras. Como estávamos em grupo calculamos que alugando um carro somente para esse dia seria mais barato do que usar o transporte do atrativo. Isso porque a Blue Lagoon fica na direção do aeroporto, a quase 50 km de Reykjavik.
Eu comprei meu ingresso para 18h. Como a água é quente, é uma experiência muito agradável chegar no fim da tarde e ficar muitas horas na água. Independente do horário que você comprar, é possível ficar o tempo que quiser até o horário de fechamento, entre 21h e 23h, dependendo da época do ano (consulte os horários no site). O local conta com armários para guardar suas coisas e chuveiros.
Bem próximo à Blue Lagoon está o farol Hópsnesviti, mas na época não pesquisei e não fomos.
Dia 3: Kerið, vale geotérmico Haukadalur (Geysir e Strokkur), Gullfoss
Finalmente pegamos estrada para fazer a Ring Road. Antes de tudo é importante ressaltar que todas as atrações ao redor da ilha são gratuitas! Você só chega aos lugares, estaciona e conhece o atrativo. As únicas coisas pagas são tours, piscinas termais etc.
Seguimos para alguns atrativos do chamado Golden Circle. Não passamos em todo o Golden Circle neste momento da viagem, e eu deixei um dos pontos para o final da trip. Geralmente o Golden Circle contém: o Þingvellir National Park, o vale geotérmico Haukadalur, a cascata Gulfoss e Kerið, mas as paradas podem variar.
Depois de dirigir 69 km, nossa primeira parada foi Kerið, que é uma cratera vulcânica de 55 metros de profundidade formada há 6500 anos. Ela é preenchida com água esverdeada, tornando o visual lindo. Você pode caminhar pelas bordas da cratera e pode também descer até a água. Essa é uma das poucas atrações pagas, em torno de 4 dólares.
Após a visita fomos para a região dos gêiseres, o vale geotérmico Haukadalur (Geysir e Strokkur), a 46,8 km do Kerið. A experiência de conhecer um gêiser é bem interessante. O maior deles é o Grand Geysir, mas ele está inativo. Ele foi o primeiro gêiser a ser descoberto no mundo, e isso originou a palavra Geysir, que deriva de uma palavra em islandês que significa “jorrar”. Mas, para a nossa alegria, no mesmo local está o gêiser Strokkur, que explode a cada 3 a 10 minutos em cerca de 20 a 30 metros. É preparar a câmera e disparar! No local ainda há mais de 40 outras pequenas formações geotermais soltando suas fumacinhas, de fato é uma região bem interessante.
Saindo de lá fomos para Gullfoss, a 9,8 km de distância dos gêiseres. A palavra “foss” em islandês significa cachoeira. Como na maioria dos atrativos, o estacionamento fica próximo, ou seja, anda-se pouco. A cachoeira Gullfoss é muito impressionante, e tem 32 metros de altura, mas em relação a volume d’água é a maior da Europa.
Na região existe também a Secret Lagoon, onde se pode tomar banho nas águas termais, mas nós não fomos. Geralmente nesse mesmo dia as pessoas visitam o Þingvellir National Park, a 47,4 km de Reykjavik, mas eu vou deixar para o final do relato, pois fiz em meu último dia. Eu também não visitei a Þjóðveldisbærinn, uma réplica de uma antiga fazenda viking na região. Depois dirigimos de Gullfoss até Vík y Mýrdal (175 km) e dormimos em nosso primeiro camping.
Dia 4: Seljalandsfoss, Skógafoss, Solheimasandur Plane Wreck
No dia seguinte voltamos 60 km de Vík para visitar uma das mais lindas cachoeiras da Islândia (sem querer ser injusta com as outras todas também tão perfeitas), a Seljalandsfoss. Essa cachoeira tem 60 metros de altura e conta com algo que me atrai muito: a possibilidade de caminhar por trás dela. Prepare-se para tomar muitos respingos d’água, mas as fotos ficam incríveis! Indo para o lado esquerdo de quem olha a cachoeira ainda há uma outra queda meio escondida pelas rochas, também muito bonita, a Gljúfrabúi.
Em seguida fomos para outra cachoeira super esperada, a Skógafoss. Ela fica a 29 km de distância da cachoeira anterior, e a 33,7 km de Vík. Com 60 metros de queda e 25 de largura, é uma cachoeira bem clássica em fotos da Islândia. É possível subir ao seu topo por uma escada em sua lateral. Vários filmes e séries já mostraram essa linda cachoeira, como A vida secreta de Walter Mitty, Thor, Senhor dos anéis, Vikings, Game of Thrones, entre muitos outros.
Perto de Skógafoss tem uma piscina natural que não fui, a Seljavallalaug. Também não fui no Skógar Museum, que fica ao lado da Skógafoss. Nessa região está também o vulcão Vulcão Eyjafjallajökull (que fiquei tentando pronunciar a viagem toda), aquele que fechou o espaço aéreo da Europa em 2010.
Essa região, para quem faz um tour com agência, geralmente se chama South Coast Tour, compreendendo: Vík í Mýrdal, Reynisdrangar, Reynisfjara Beach e Dyrhólaey; Seljalandsfoss Waterfall e Skógar Museum; Skógafoss Waterfall.
Saindo da Skógafoss, a 9,3 km de lá sentido Vík, parei num lugar que nem sempre as pessoas param, mas que acho incrível, o chamado Solheimasandur Plane Wreck. É interessante colocar o estacionamento no GPS, pois é meio escondido na estrada. Você vai estacionar e caminhar 3 km em direção ao mar, o que lentamente dá uns 50 minutos. O percurso é plano e sinalizado com pedrinhas. Daí encontrará o cenário surreal do avião caído no meio da praia de areias negras. Para quem gosta de fotografia é um prato cheio!
Dia 5: Vík, Reynisfjara Black Sand Beach/Reynisdrangar e Dyrhólaey view point, Fjaðrárgljúfur
Acordei cedinho no camping em Vík e fui fazer fotos perto da igreja no morro atrás da cidade. O visual é extremamente lindo desse ponto. A cidade é muito pequena e bonita. Ela fica ao lado da famosa praia de areias negras, a Reynisfjara. De frente para o mar há enooormes colunas de basalto, tornando o visual da praia ainda mais incrível!
Voltando uns 20 km de carro pode acessar o mirante do Dyrhólaey, com uma paisagem ainda mais imponente! De lá você avista um arco natural. O acesso a esse mirante não fecha muito tarde. Não sei ao certo o horário de fechamento, mas tente ir antes das 17h.
Nesse ponto pudemos parar e apreciar os fofíssimos cavalos islandeses!
Na região de Vík também está a geleira Mýrdalsjökull, que algumas pessoas visitam com agências, pois é necessário guia. Além disso pode-se visitar as antigas casas Drangshlíð, aquelas típicas casas de turfa no telhado.
Depois de levantar nosso camping em Vík seguimos ainda para a última parada do dia, o cânion Fjaðrárgljúfur. O local está a 68,6 km de Vík. Eu estava um pouco apreensiva, pois ele fica em um trecho de estrada de terra que eu não sabia se um carro comum passaria. Por fim, o trecho era bem curto e simples. O cânion é lindo, com 100 metros de profundidade. Há uma trilha de 2 km na parte superior e vários mirantes, terminando em uma cachoeira. Eu desci na parte inferior também, mas estava meio tarde e teria que tirar o tênis para seguir por dentro do cânion, pela água, e desisti. Mas parece não ser muito complicado.
Essa foi a última visita do dia. Íamos até um ponto chamado Dverghamrar, bem parecido com as colunas de basalto que vimos na praia, mas já era tarde e pulamos. Existem também as formações basálticas Kirkjugólf no caminho, que também não fomos. Então dirigimos até o próximo ponto de camping, o Skaftafell/Vatnajökull National Park.
Dia 6: Jökulsárlón Glacier Lagoon, Diamond Beach, Fjallsárlón Glacier Lagoon, Hofskirkja, Hof
Nesse dia dirigimos até o ponto mais distante do dia e fomos parando na volta nos seguintes. Do camping do Vatnajökull National Park até Jökulsárlón Glacier Lagoon são 57 km.
Assim que passamos de carro na Jökulsárlón Glacier Lagoon já ficamos maravilhados! Os icebergs e blocos de gelo formavam um cenário surreal! Essa é a maior lagoa glacial da Islândia, e tem 248 metros de profundidade. Daria para ficar lá um dia inteiro fazendo uma foto mais linda que a outra! A Jökulsárlón é formada pelo derretimento do glacial de Breiðamerkurjökull, parte do Glacial Vatnajökull, a maior geleira da Islândia.
E como se não bastasse tanta beleza das margens, é possível fazer um passeio de barco anfíbio tipo zodíaco, o que não perdi a oportunidade! Os barcos chegam bem perto dos icebergs. Eu fechei na hora o tour, mas veja no site da Ice Lagoon as opções e preços. Há passeio de barco das 9h às 17h, e duram 1 hora. Os tours de barco acontecem só de maio a outubro.
Você acha que acabaram as maravilhas desse lugar??? Não!!! Voltando um pouco a pé pela ponte na rodovia, a Jökulsárlón é ligada ao mar por um pequeno canal. Isso faz os icebergs escoarem para o oceano, originando a Diamond Beach, uma praia de areias negras cheeeia de icebergs, outro cenário fantástico!
Saindo de lá fomos para a Fjallsárlón Glacier Lagoon, uma lagoa menor originada do mesmo glacial, também muito bonita, mas não tão grandiosa quanto a Jökulsárlón.
Ainda voltando em direção ao Vatnajökull National Park, onde estávamos acampados, passamos no Hofskirkja, uma das poucas igrejas no estilo antigo que restaram na Islândia, daquelas com grama em cima. Essa grama em cima também é chamada de turfa. Ela foi construída em 1884. O lugar parece um conto de fadas!
Dia 7: Skaftafell/Vatnajökull National Park, Svartifoss
No Skaftafell/Vatnajökull National Park estão muitos atrativos de trilhas interessantes, além de vários tours. É de lá que, no inverno, você pode fazer os tours mais legais de cavernas de gelo na Islândia. Veja no site do Vatnajökull sobre esses tours. Você pode comparar os tours entre muitas agências, como por exemplo a Glacier Guides ou a Mountain Guides. Parece ser muito incrível, mas eles só acontecem entre novembro e março, e eu estava no verão, portanto não consegui fazer. Fora isso, nesse local você pode também contratar tours de caminhada no glacial, outra atividade bem interessante, que acontece durante todo o ano.
Eu acordei cedo no camping e saí para minha caminhada escolhida, a Svartifoss, uma queda d’água de 20 metros. São 7,4 km de ida e volta, mas uma caminhada que achei tranquila, de ida deu uns 45 minutos. A trilha é autoguiada. No caminho para a Svartifoss, passei pela Hundafoss e pela Magnusarfoss. Chegando na Svartifoss, a visão das rochas basálticas que formam a cachoeira me deixou maravilhada. As colunas hexagonais têm origem vulcânica.
Há outras trilhas no parque, de 3,7 km até 28,5 km de distância, gostaria de um dia voltar e ficar mais tempo para conhecê-las.
Em seguida saímos para o próximo camping. Uma das ideias era passar no Ingólfshöfði Puffin Tour saindo do parque, mas como iríamos ver puffins (os famosos papagaios do mar) em outra região, resolvi pular esse tour. Fizemos uma parada em Höfn somente para abastecer os suprimentos.
Depois a ideia seria visitar as cachoeiras Litlanesfoss e Hengifoss, mas elas ficam a 324 km do Skaftafell/Vatnajökull National Park, então pulamos para economizar tempo, pois íamos atravessar um trecho bem maior de estrada ainda nesse dia. Essas cachoeiras parecem tão incríveis quanto a Svartifoss, pois também são formadas por colunas basálticas. Outra ideia nesse percurso é a Sveinsstekksfoss, uma cachoeira nesse caminho subindo de Höfn, mas que estava fora da rota, então não fomos.
Pensamos em dormir em Seyðisfjörður, mas também resolvemos pular essa parada. Acabamos fazendo nosso camping em Borgarfjörður Eystri, a 382 km do parque, assim otimizaríamos tempo dos próximos dias. Pelas fotos que vi Seyðisfjörður e Borgarfjörður Eystri parecem ser semelhantes, e parece haver trilhas interessantes nas encostas ao redor. Nas pesquisas que fiz, Seyðisfjörður parece ser imensamente fofa, mas optamos pela igualmente fofa Borgarfjörður Eystri por causa da localização.
Foi um dia mais de estrada, e o caminho mais próximo a Borgarfjörður Eystri (a rodovia 94) não é asfaltado. Porém, a estrada é boa mesmo assim. O trecho era bem isolado, parecia que nunca chegava. Não parecia existir uma cidade nesse extremo leste. Mas chegando lá, a linda e minúscula cidade litorânea era fofíssima e havia um bom camping no local. Imagina uma vila com apenas 100 habitantes! Nessa cidade também tem uma linda casa de turfa (grama) típica islandesa, a Lindarbakki.
Dia 8: Borgarfjörður Eystri, Dettifoss
Acordamos no camping e fomos ver um ponto onde costuma haver puffins, os papagaios do mar. Era uma das coisas que eu queria ver na Islândia. Após uma pequena caminhada da vila havia uma espécie de deque de observação. E para minha surpresa, os puffins realmente estavam lá! Milhares! Pensa numa criatura fofinha!
Depois levantamos acampamento e dirigimos 200 km até o próximo atrativo, a Dettifoss. Essa é uma daquelas cachoeiras com grande vazão d’água, de visual impressionante. São 100 metros de largura e 34 de altura, com cerca de 193 metros cúbicos de vazão d’água. Próximo há uma outra cachoeira que dá para ir a pé que não fui, a Selfoss. E há também outro mirante que não fui, para a HafragilFoss.
De lá o pessoal estava cansado e quiseram deixar o camping de lado por um tempo, seguimos direto para uma das maiores cidades da Islândia, Akureyri, a 165 km da Dettifoss. Lá conseguimos um Airbnb com um bom preço. No caminho passamos por Húsavík, a capital da baleia da Islândia, com vários tours voltados para observação de baleias.
Dia 9: Goðafoss, Hverir, Krafla (Víti), Lake Mývatn, Skutustadagigar
Akureyri é uma cidade fofa, até os semáforos dela acendem em formato de coração. Saímos em direção a Goðafoss, que significa “cachoeira de Deus”, cujo nome se deve às estátuas de deuses pagãos que lá foram atiradas quando o cristianismo foi introduzido na ilha. Com 12 metros, ela também tem volume d’água bem intenso e chega-se bem próximo à queda, é uma daquelas cachoeiras de imensa beleza para chamar de sua. Nessa região da Goðafoss tem outra cachoeira, a Aldeyjarfoss, mas parece que precisa de 4×4, então não fomos.
Essa região do lago Mývatn tem muita coisa para fazer!
Contornamos o Lago Mývatn pela parte “superior” e fizemos uma parada em Hverir, uma região geotermal cheia de fumarolas e lagoas sulfurosas. Parece mais um pedaço da lua! Em Hverir dá para sentir o cheiro de enxofre mais forte saindo das fumarolas.
Perto de Hverir parece que há uma caverna com águas azuis e que atinge cerca de 50 graus, a Gjótagjá Cave, mas não visitamos. Outro lugar que não fomos é a Hverfjall, uma enorme cratera com uma trilha curta, porém bastante íngreme.
Depois visitamos Krafla, uma região vulcânica que já causou grande atividade na região. Atrás de Krafla está Leirhnjúkur, uma área geotermal que não fui. No caminho passa-se por uma usina que deve aproveitar a atividade da região. Nessa parte está a cratera de Víti, com águas muito azuis e cerca de 300 metros de diâmetro. É outro lugar que rende ótimas fotos!
Retornamos em direção ao lago Mývatn agora pela parte “inferior”. A parada foi em Skutustadagigar (ou Skútustadir). São pseudocrateras vulcânicas preenchidas com grama (que para mim mais parecem hemácias!), que foram formadas por uma espécie de bolhas de vapor. É outra paisagem bem diferentona do país, e você pode caminhar em volta delas e subir por algumas passarelas.
Outra atividade na região do lago Mývatn (que não fui) são as Myvatn Nature Baths, um concorrente da Blue Lagoon. Parece que são mais baratas e mais vazias que a Blue Lagoon (preços no site). Há também os campos de lava Dimmuborgir, que não fui. Nessa região há também o tour para a Lofthellir Lava Cave, uma caverna de lava. Veja, por exemplo, o tour da agência Saga Travel.
Dia 10: Akureyri, Glaumbær, Hvitserkur (Vatnsnesvegur)
Apesar de Akureyri não ser a principal cidade para observação de baleias (e sim Húsavík, outra cidade portuária fofa), lá também há esse tipo de tour. Há diversas agências que oferecem tours de observação de baleias. Em Húsavík, por exemplo, há a Gentle Giants. Já em Reykjavik, há, por exemplo, a Elding. Como eu estava em Akureyri, fiz passeio com a empresa Whale Watching Akureyri.
O tour é bem caro, cerca de 88 dólares, e dura mais ou menos 3 horas. Achei que valeu o preço. Caso você não veja baleias eles dão outra chance em outro tour. Ao entrar no barco, fomos instruídos a colocar uma espécie de macacão térmico. Isso porque quando o barco está em movimento venta demais, e um vento bem gelado.
Após um tempo em movimento a guia, muito simpática, começou a nos indicar direções em uma alusão aos ponteiros de um relógio. Eu não sabia se daria a sorte de ver baleias, mas, para minha surpresa, vimos 3 espécies de baleias nesse dia, foi muito especial!
Depois do tour pegamos estrada para Glaumbær, a 102 km de distância. Esse é outro exemplo das casas de turfa, um local muito bonitinho e que também funciona como uma espécie de museu.
Após a visita seguimos para Hvitserkur (Vatnsnesvegur). Eu coloco essa outra palavra entre parênteses, pois quando jogo a palavra no Google Maps aparece também um lugar mais ao sul. O certo é esse junto com a palavra entre parênteses acima, que fica no litoral. Ele fica a 120 km de Glaumbær. Hvitserkur é uma pedra surreal no mar, que rende fotos muito bonitas!
Desse ponto decidimos dormir em Reykjavik, a 228 km dali.
Dia 11: Kirkjufell, Þingvellir National Park
Dessa vez acampamos em Reykjavik, num excelente camping na própria capital. Após o café dirigimos 183 km até o Kirkjufell. Passamos por algumas cidades portuárias no caminho, todas extremamente lindas! Gostaria de ter dormido em todas!
Kirkjufell é uma cachoeira não muito grande, mas muito bonita, que compõe um cenário muito conhecido da Islândia, por conta da montanha de formato agudo atrás.
Eu gostaria de ter passado também para conhecer as Gerðuberg Cliffs, que ficam a 60 km desse ponto, mas tirei do roteiro também. Também não fui na Hraunfossar, cachoeira nessa parte oeste. Há também a Vatnshellir Cave, outra caverna de lava, o vilarejo Arnarstapi e vilarejo Hellnar, o penhasco Londrangar, a Djúpalónssandur Beach, a Ytri Tunga (uma praia com uma colônia de focas), a igreja preta Búðir e o vilarejo Stykkishólmur.
Tínhamos de voltar a Reykjavik para o voo do dia seguinte, e como ainda era relativamente cedo resolvemos passar num ponto do Golden Circle que não fomos nos primeiros dias, o Þingvellir National Park (ou Thingvellir National Park). São 192 km de onde estávamos, mas ele está a 47,4 de Reykjavik.
O Þingvellir National Park é um dos lugares mais interessantes da Islândia e é patrimônio da Unesco. Nesse parque é onde foi o primeiro parlamento islandês. Nele está a Silfra, uma rachadura com água que está entre duas placas tectônicas. Uma das placas está na Eurásia, a outra está na América do Norte. Por fora da água é mais curioso do que bonito. Mas o deslumbrante é que é possível fazer mergulho ou snorkelling entre as placas, sendo um dos melhores pontos de mergulho de água doce do mundo. Uma das empresas que faz é a Dive.is. Os preços são muito elevados, mas é preciso contratar uma agência por conta da temperatura extremamente fria da água (li que é de cerca de 2ºC), sendo necessário usar a roupa seca, uma roupa diferente do neoprene comum para mergulho.
O estacionamento do parque é pago, custa 6 dólares.
Dia 12: Bye, bye, Islândia…
Há ainda muuuuitas coisas para se fazer na Islândia, que não tive tempo. Eu cito tudo aqui no relato para que o leitor pesquise sobre os locais que não fui caso se interesse.
Fora os lugares que não fui já citados no relato, uma das coisas que faltou foi relaxar nas águas do Reykjadalur, um rio de águas termais a 49,6 km de Reykjavik. Há alguns tours para outras cavernas de lava vulcânica saindo da capital, acho que se chama Hallmundarhraun (Fljotstunga). Veja no The Cave.is. Também não fui para a parte noroeste da ilha, que parece realmente interessante, com muitos penhascos para o mar. Existem também alguns trekkings de longa distância, como o Laugavegur, com 55 km, feitos em 4 dias. Veja no site Trek.is essa e outras opções de trekking de longa distância, tanto de mais como de menos dias.
E claro, com certeza, outro motivo para voltar à Islândia é ver a aurora boreal.